Bahia é destaque nacional em energias renováveis

Estado ocupa 1º e 2º lugares, respectivamente, na produção de energia solar e eólica

A política de energias renováveis na Bahia se consolida em um cenário de expressivo potencial para a sua ampliação a partir da utilização de ventos, sol, biomassa, biogás e hidrogênio verde. No Estado, já são 205 parques de energia eólica em operação e outros 137 em construção, além de 34 parques de energia fotovoltaica (solar) instalados e outros 134 em construção, com um investimento de mais de R$ 150 bilhões e a estimativa de geração de 80 mil empregos. A Bahia produziu, em 2021, 28% e 27%, respectivamente, das energias eólica e solar de todo o Brasil, com destaque para os municípios de Sento Sé, Morro de Chapéu, Tabocas do Brejo Velho e Juazeiro. Em 2021, a Bahia alcançou no setor de energia solar o primeiro lugar no ranking nacional, tendo produzido 2.077 GWh, e ficou em segundo lugar na liderança nacional de geração de energia eólica, com a produção de 20.845 GWh, ficando atrás somente do Rio Grande do Norte, conforme o Operador Nacional do Sistema Elétrico.

 

No cenário nacional atual, o Brasil é colocado com a capacidade para produzir uma quantidade de energia solar semelhante à gerada pela Usina de Itaipu, conforme a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). Recentemente, o país ultrapassou a marca de 13 gigawatts (GW) de potência operacional em grandes usinas solares e sistemas fotovoltaicos de médio e pequeno portes, instalados em telhados, fachadas e terrenos. Só a título de comparação, a Binacional Itaipu, uma das maiores usinas hidrelétricas do mundo, tem 14 GW de capacidade.

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A liderança nacional da Bahia na geração de energia elétrica a partir de fontes eólica e solar, de acordo com levantamento da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), se consolidou com o novo parque eólico da Enel Green Power Brasil, em Morro do Chapéu, na Chapada Diamantina, inaugurado no final de 2021, marcando o início da operação do Parque Eólico Morro do Chapéu Sul II. Segundo o órgão, “mais de R$ 60 bilhões de investimento em novos projetos no Estado, o que significa também geração de novos empregos nas áreas da construção civil, nas estradas de acesso às torres e na própria produção dos equipamentos”.

O presidente da Associação Baiana de Energia Solar (ABS), Giancarlo Smith, avalia que o setor segue em franco crescimento, movimentando a cadeia de fornecimento, gerando empregos e economia para os consumidores e competitividade para as empresas que adotam a geração própria. “Para o ano de 2022, projeções conservadoras estimam o crescimento do mercado em 50%, o que projeta um volume de vendas de R$ 1 bilhão.

Com o objetivo de promover o Estado e subsidiar empresários com informações pertinentes ao setor, buscando atrair novas empresas e indústrias, o Governo da Bahia vem participando de feiras e eventos nacionais e internacionais. O secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Nelson Leal, afirma que a oferta de incentivos fiscais e apoio institucional se dão a partir da articulação com os mais diversos entes públicos e privados, visando a resolução dos mais variados gargalos e a simplificação de fluxos e procedimentos de regularização fundiária e ambiental.

“O Estado da Bahia se consolida, cada vez mais, como gerador de energias renováveis. Para se ter uma ideia, da produção nacional acumulada, somos líder anual pela terceira vez seguida. A Bahia foi responsável por 27% da geração de energia solar e 28% de energia eólica em todo o país no ano de 2021. Estamos trabalhando para ampliar os investimentos e também atrair novos empreendimentos para este segmento que, sem sombra de dúvidas, impulsiona a economia local, gerando emprego para o povo e receita para os municípios”, ressalta o gestor da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE).

O secretário de Infraestrutura da Bahia (Seinfra), Marcus Cavalcanti, destaca que tratar de energias renováveis é sempre favorável para o Estado, que tem se mostrado competitiva e em destaque. “Neste momento de expansão da matriz elétrica estadual, a Bahia está atenta à fronteira tecnológica associada ao hidrogênio verde, sendo sabedor que, certamente, esta fonte desempenhará um papel relevante nessa etapa em função do seu enorme potencial de geração de energia elétrica a partir das fontes renováveis”.

Em 2021, a matriz elétrica brasileira experimentou o segundo maior incremento na sua capacidade instalada ao longo da série histórica, medida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) desde 1997. “Foram incorporados 7.562,08 MW de potência de geração, atrás apenas de 2016 quando o acréscimo foi de 9.528 MW. Desse montante alcançado, 3.694,32 MW (48,85%) foram oriundos de projetos eólicos, representando quase a metade de toda a expansão verificada. Por sua vez, as usinas fotovoltaicas responderam por 1.299,46 MW (17,18%) e as termelétricas por 2.449,69 MW (32,39%) da expansão observada em 2021”, detalha o superintendente de Energia da Seinfra, Celso Rodrigues.

O presidente da Associação Brasileira de Gerações Distribuídas (ABGD), Guilherme Crispim, considera que 2022 será “um ano excelente” para o setor de Geração Distribuída (GD). “Em 2021, a GD foi a fonte que mais colocou potência no setor integrado nacional, inserindo 4 gigas de potência no sistema energético do país. Foi maior do que a fonte eólica, que foi de 3,6 gigas. Estamos prevendo uns 8 gigas este ano, sendo que tivemos 9 gigas ao longo de dez anos de GD, em um investimento da ordem de R$ 40 bilhões. Número que carrega consigo o aumento de oportunidades de investimentos e empregos para toda a cadeia do setor. A GD gera, hoje, quase 300 mil empregos no Brasil e para 2023, 2024, 2025, acreditamos na continuidade do seu crescimento com a chegada da mobilidade elétrica”.

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Principais desafios

Dentre os principais desafios relacionados ao investimento em energias renováveis, conforme a Seinfra, se destaca a infraestrutura de transmissão, considerada fundamental para o escoamento e movimentação da energia a ser gerada pelos novos projetos a serem implantados. “A ampliação das margens de escoamento se torna um desafio constante a ser superado no sentido de dotar o sistema de transmissão das condições necessárias de robustez e confiabilidade”.  O presidente da Agência de Fomento do Estado da Bahia – Desenbahia, Paulo Costa, considera que o grande desafio mundial na área é fazer a melhor transição possível do uso intensivo de combustíveis fósseis para as energias renováveis. “Trata-se de um imenso desafio tecnológico, econômico e comportamental. A Bahia está dando uma contribuição significativa para o país na geração de energia eólica e solar”.